domingo, 10 de abril de 2011

O SIlêncio (Reboot)

 
"Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz"

Pois bem, está na hora de falar sobre o silêncio! E, na verdade, é preciso que se entenda bem o silêncio.
O provérbio chinês nos diz que “a palavra mais rica do mundo é aquela que não é pronunciada”.

Isso, de pronto nos sugere escrever (falar?) o mínimo aqui nesse espaço. Mas, seria sempre uma atitude correta falarmos pouco, ou quase nada, ou mesmo nada?

Há ocasiões em que o fato de se guardar silêncio significa compactuar com o mal, de sermos aliados do mal. Assim, novo aforisma melhor se coloca: “Só devemos quebrar o silêncio quando aquilo que temos para dizer é mais importante que o silêncio”.

Eis uma reflexão mais profunda: quando devemos falar?... Quando devemos escutar?

O escutar nos parece ser uma coisa simples. Todavia, acreditamos não ser bem assim. Sentimos que o escutar, manter-se em silêncio, não é tudo.

Assim, pois, quando escutamos o que o outro tem a nos dizer (nosso amigo, nosso irmão, enfim, nosso semelhante que precisa desabafar que deseja ser escutado por algum motivo), é preciso que o façamos de um modo atuante, de modo que o outro sinta que estamos disponíveis, interessados, atentos, compreendendo e com desinteressada vontade de querer ajudar; e não simplesmente ficar escutando.

Não é fácil, entretanto, sabermos ou estarmos em condições de escutar com eficácia. E até, às vezes, estamos do outro lado, isto é, também querendo falar, desabafar. E então?

No caso acima, se calarmos, estamos, às vezes, sem querer, nos tornando aliados do mal, do mal exterior. Ou ainda, estamos desnorteados, em conluio com o próprio mal interior que nos assola, nos deprime, nos provoca ansiedade, por não colocarmos para fora o que nos está atormentando.

E às vezes também ocorre o fato de tomarmos conhecimento de atitudes ou ações que afrontam nossa dignidade, nossa formação, nossa estrutura emocional. E se calarmos nesses casos, perde a paz, sentindo-nos omissos. E sofremos por isso, uma vez que nossa omissão reflete-se logo em nossos sonhos intranqüilos, e, se mostra em forma de tensão, e até mesmo em forma de angústia, já que esse é o preço da omissão; quando ela verdadeiramente se nos apresenta, ou seja, quando podemos dizer e não o fazemos, seja por covardia, seja por medo incabido...

Ainda nos valendo dos ditos populares, os aforismas lembramos que “O medo sob a forma de prudência não é nocivo”.

Assim, tantas vezes devemos apelar para o bom senso, a fim de que nos mostre a conveniência de falar ou ficar calado; mostre-nos se o que temos a dizer vai ou não gerar escândalo maldoso ou julgamentos precipitados por pouca coisa. E é importante que pensemos bem, para não passarmos por inconvenientes ou traidores.
No entanto, se um amigo, ou semelhante, precisar de nossa palavra, e nos sentimos justos em falar o necessário - aquilo que vai apenas beneficiá-lo e não prejudicar inocentes -, o mais provável é que devamos quebrar o silêncio.

Mas estou aqui para ouvi-lo (a), escutá-lo (a), em qualquer situação...
Aqui estou para aceitá-lo como pessoa.

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